O culto aos DJs demorou para chegar ao meio gay. Antigamente, ninguém prestava muita atenção em quem estava tocando. O que importava era apenas encher a cara e beijar na boca; o som era só um coadjuvante (e nem merecia ser mais do que isso, porque em geral era sempre a mesma coisa mesmo). A coisa foi mudando, devagarzinho, de uns quatro anos para cá. Em São Paulo, Paulo Ciotti e Renato Cecin conquistaram uma legião de fãs na finada Level, enquanto no Rio a X-Demente estreava no som alguém cujo carisma seria, com o tempo, chamariz suficiente para atrair multidões à festa - a hoje estrela Ana Paula.
Hoje em dia, com várias festas concorrendo a uma fatia do mercado e convidados estrangeiros vindo tocar aqui e ali, os DJs ganharam papel de destaque. O público se acostumou a prestar atenção no som e passou a construir uma relação de diálogo muito maior com quem está tocando. No tititi que sempre rola depois das festas, um dos assuntos que começaram a ser discutidos é justamente o set de Fulano e de Beltrano - coisa que antes ninguém comentava. Nunca antes os DJs estiveram tão em evidência - não na noite gay.
Agora chegou a hora de medir o reconhecimento de cada um desses profissionais entre seu público. Os blogs Italo.zip.net, Carioca Virtual e Cerrado Eletrônico - que estão entre os mais lidos quando o assunto é noite gay - criaram uma espécie de enquete, em que cada um poderá apontar quais são os DJs (pode ser mais de um) que considera os melhores da cena gay nacional. Entre os indicados estão todos os residentes das principais boates de São Paulo e também da cena carioca, sem deixar de lado alguns talentos emergentes de fora do eixo Rio-SP (André Queiroz, Alê Bittencourt) e até nomes do underground eletrônico que não têm foco específico no gueto gay (Pareto, Marcão Morcerf, Tatá, Markinhos Meskita).
Embora essa enquete não vá dar prêmios aos mais votados, não deixa de ser uma consagração importante a eles, além de um termômetro importante sobre como anda a nossa cena. As prévias até agora mostram favoritismos já esperados (Ana Paula, Pacheco) e também algumas surpresas (Will Beats em primeiro lugar é a maior delas). Passe em algum desses sites e dê uma forcinha ao seus DJs favoritos!
[Foto: Brett Henrichsen tocando na Gira-Sol, na véspera da Parada 2006]
quarta-feira, 27 de junho de 2007
O DJ, novo astro da noite gay
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4 comentários:
OTIMO TEXTO E ISSO SO PROVA O PQ TENHO VC COMO UM DOS MEUS IDOLOS NO MERCADO DOS BLOGS. OBRIGADAÇO!!!
Em 24 hour party people mostra muito como aconteceu essa mudança, do dj escondindo em qualquer lugar do club a super atração da casa!
Um sucesso o blog. Parabéns pelos textos!
Grande abraço,
Caio
Em geral, acho que a cena está melhorando e isso é reflexo dessa maior atenção ao que as bees estão dando à música. Acho que o tribal sempre vai ter seu espaço, mas cansa. Vamos tocar house!!!!
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