Uma praca, uma ponte e um castelo. Depois de duas grandes capitais cheias de atracoes, agitos e antros, tudo o que eu precisava era de um pouco de simplicidade. Uma cidade onde eu pudesse dar uma desacelerada, sem ter medo de perder o melhor da festa. Soh assim eu conseguiria recarregar as energias para o destino seguinte, que promete ser o mais babadeiro de todo o meu circuito europeu.
Foi pensando nisso que escolhi passar quatro noites em Praga. Verdadeira joia as margens do rio Vlatva, a capital da Republica Tcheca foi considerada, por muito tempo, a Paris do Leste Europeu. De fato, a cidade parece um presepio. Na tal praca, com uma grande catedral e um chafariz central rodeado por construcoes coloridas de varios estilos arquitetonicos, a grande atracao eh o Orloj, o relogio astronomico instalado na torre da prefeitura. A cada hora cheia, figuras representando os doze apostolos e os sete pecados capitais saem por uma portinhola e entram por outra, num pequeno show mecanico que arranca ah!s e oh!s da multidao com cameras na mao.
Atravessando-se a tal ponte sobre o rio, chega-se ao castelo. Mas nao eh qualquer ponte, nem qualquer castelo. O castelo eh uma verdadeira citadela medieval que abriga 27 construcoes. E a Ponte Carlos eh considerada uma das mais bonitas da Europa. Seus mais de 500 metros, destinados apenas a pedestres, sao rodeados por lindas estatuas, cujas silhuetas ficam ainda mais belas contra o sol que se poe. Eh quando a muvuca de turistas e artistas de rua dah uma necessaria diminuida (as doze horas de um dia de verao, voce se sente na 25 de Marco andando por ali) e voce pode ver como a cidade pode ser melancolica, enquanto um velhinho de olhos muito claros sauda os ultimos raios de luz com seu violino.
Embora sua beleza sempre tivesse sido reconhecida, Praga foi um destino bem "alternativo" enquanto o pais, alinhado ao antigo bloco sovietico, esteve fechado para o capitalismo. Com a abertura da economia, o turismo disparou, mas os tchecos levaram um tempo para se acostumar a receber tantos visitantes. Muitos estudantes estrangeiros vieram para cah ganhar uns trocados dando aulas de ingles para a populacao local; mesmo assim, ainda hoje, os nativos parecem ter uma notoria ma-vontade com os turistas (invasores?) e as vezes pode levar muito tempo ateh voce resolver questoes praticas banais, como a compra e o uso de um cartao telefonico pre-pago.
Apesar disso, a vida aqui eh bastante gostosa. Basta evitar as grandes aglomeracoes (eu, que estou viajando ha duas semanas, comeco a ficar cansado facilmente e jah nao tenho mais a mesma paciencia). Tudo estah perto o suficiente para ser feito a pe, sem se cansar. Nem mapa eh preciso usar: as ruas sao todas tortas, mas perder-se por elas faz parte do passeio, e invariavelmente logo se chega onde se quer: na praca, na ponte ou no castelo. Isso apos ter descoberto simpaticas lojinhas e tavernas pelo caminho.
Esse aspecto compacto de Praga faz com que a cidade seja ideal para periodos curtos, combinados com outras capitais (um pacote tradicionalmente oferecido no Brasil alia a capital tcheca a Viena e Budapeste, em um total de onze dias, jah incluindo os traslados). Nos primeiros anos da abertura, as ruas foram tomadas por jovens europeus de outras partes; hoje, a faixa etaria dos turistas subiu e o publico ficou mais "familia", enquanto os viajantes mais novos passaram a invadir outros paises do antigo Leste Europeu (definitivamente, o hype deste verao para quem jah "veio, viu e venceu" em Ibiza e Mykonos eh se jogar em lugares como Croacia, Servia e Eslovenia).
Claro que ainda dah para se entreter por aqui. Aventurando-se para fora do burburinho turistico da Cidade Velha, Praga tem sua cota de compras e fervos, com cafes badaladinhos e clubes gays - o Valentino, com varios ambientes que bombam aos sabados, pode ser considerado a The Week local (nao reclamem da comparacao; pior foi ter ouvido dentro do Louvre em Paris que aquilo era "a The Week dos museus"). Alem disso, os jovens tchecos sao de fato muito bonitos - quem conhece as producoes eroticas da Bel Ami sabe bem do que eu estou falando. Mas estou preferindo me resguardar um pouco, jah que Barcelona, minha proxima e ultima parada nesse giro, sera bastante intensa. Provavelmente, vou precisar de ferias das ferias quando chegar.
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Pit stop estrategico
Postado por Thiago Lasco às 8:26 AM
Marcadores: europa, introspective, praga
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5 comentários:
Aaaaaaaah!!!! Você na minha terra natal!! QUe grata surpresa!!! Euzinha nasci em Praga, meu amoire!! Sim!! Eu sou Tcheca, porque tenho pretcheca. Imperdível em Praga são as Sinagogas e os cemitérios judeus, difícil de encontrar em muitos lugares na europa, que os nazistas destruíram, mas deixaram por lá, que queriam deixar um "museu a céu aberto" das raças exterminadas. Se for comprar cristal, vá numa loja embaixo da Carolus Brücke - do lado do rio que tem o castelo. Eles tem o melhor do melhor de vidro Art-noveau e não é caro. E não deixe de ir na igreja do menino jesus de praga, o qual sou devota e onde fui batizada. Quas eem frente tem um cinemão babado, que o Uomini ia AMAR!!! Um beijo e liga pra minha vovó aí. Quem sabe a véia não te convida prum almoço de domingon.
Amei tudo, ainda mais o "bastante intensa". Volte arrasado e feliz.
;-)
Ahhhhh..fiquei com vontade de estar aí heim!!!
:)
Nõa deixe de experimentar o salchichão local, que é do bem grosso. E não estoy me referindo a hot dog não fio!! Um beijo e me liga, fio!!
Ainda bem que você não deixou de mencionar Bel Amis nos seus comentários quanto à Praga.
Bjs!
Ettore.
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