sábado, 27 de junho de 2009

Amores possíveis

Acabo de chegar de uma festa de casamento. Além da inevitável orgia gastronômica e da vergonha alheia na hora em que a galera coloca boás fosforecentes, antenas do Chapolim, chapelões ridículos e óculos escuros de "festa rave", e "bota pra quebrar" na pista, ao som de disco music do Amaury Jr. e poperô do Lasgo, essa experiência teve um gostinho especial. O noivo é filho de uma antiga vizinha nossa, que morou por muitos anos no mesmo prédio em que nasci e estou até hoje. Não éramos grudados como nossas mães, mas crescemos juntos, até que o apartamento ficou pequeno e eles foram embora.

Na festa também estavam vários outros caras que foram meus amigos de infância, gente com quem eu brinquei dos 7 aos 12 anos e até joguei futebol (!!!???), em uma época em que o playground era o mundo para mim. O reencontro foi doce. Depois de um rápido estranhamento inicial, logo quebramos o gelo e pude constatar que ainda havia um carinho recíproco, todos me queriam bem. Tinham crescido e eram homens feitos, com namoradas firmes a tiracolo, mergulhadas em vestidos cintilantes e enfeitadas pelas onipresentes chapinhas. Contei o que pude contar da minha vida, do atropelamento em Copacabana ao recomeço profissional, e também soube do rumo que cada um tinha tomado.

Por alguns instantes, pensei: como teria sido minha vida afetiva nos últimos dez anos, se eu fosse hétero como eles? Teria sido mais fácil para mim? Será que hoje eu seria mais feliz? Quais escolhas eu teria feito? Em geral, meus ex-coleguinhas estão mais bonitos do que eu poderia supor, sem dúvida estão "envelhecendo" muito bem. No entanto, nem todos ostentavam namoradas gatíssimas, lindíssimas, gostosérrimas - todas tinham seu brilho e suas imperfeições, e uma delas era indisfarçavelmente gordinha. Mas isso não parecia ter sido nenhum obstáculo para que ela e meu amigo se gostassem, se entendessem e decidissem selar a união - o casório está marcado para agosto próximo.

No fim das contas, concluí que, se eu não tivesse trocado a esfiha pelo kibe, provavelmente teria namorado muito mais do que namorei até hoje. Não por a sociedade ser preconceituosa e os gays terem que se esconder. Mas porque eu faria minhas escolhas afetivas com base em outros critérios, e talvez desse à aparência um peso muito menor - como o meu amigo que quer terminar seus dias ao lado da gordinha (que é gente boníssima). Como típico homem gay dos grandes centros urbanos, eu vivo perdido entre inúmeras idealizações, à espera do homem perfeito, que reúna todos os itens de um extenso checklist de predicados exteriores e interiores. Em meio a tantas exigências, ninguém é bom o bastante; a espera continua, e a vida passa. Se há alguém que precisa pular mais alto e agarrar o buquê da noiva com unhas e dentes, esse alguém definitivamente somos nós.

26 comentários:

Discípulo disse...

Thi,
Acho que você experimentou o casamento em seu momento mais feliz: a festa de enlace. Não acho que sua opinão seria a mesma depois de um dia em uma vara de família, rsrs. ;-)

Unknown disse...

Bee,
a-mei seu texto, apesar da metafora. O último paragrafo é certeiro. E vivam as gordinhas com bofes do bem!

Lindinalva Zborowska disse...

Se me chamar de gorda vai ter porrada, hein!!!
Cafuçú idealizado de cú, meu bem, é rola!! Se joga fio e não ache que se vc fosse HT seu nível de idealizações seria diferente. Tá cheio de HT procurando a mulher ideal ou o príncipe encantado tb. Um beijo e me liga, fio!!

Bright YounGay Things disse...

É fato que os gays ainda vivem a puberdade emocional, eternos adolescentes onde todos em volta tem a cara cheia de espinhas mentais, ja que ninguem é perfeito o suficiente. Os heteros sem duvida superaram essa imaturidade emocional e pararam de idealizar ha muito tempo, se vai dar certo ou nao a relação definitivamente nao interessa, GAYS ADORAM justificar que heteros se separam e tomam isso como uma bandeira pra justificar a incompetencia afetiva, mas nao é bem assim, um casamento de contos de fadas pode ser desfeito, mas mesmo assim os heteros continuam a jornada da busca tentando, tentando e tentando. Sinal de um passo à frente no quesito maturidade afetiva. Por isso o amigo de infancia bonitao que esta envelhecendo bem vai se casar com a gordinha, e provavelmente vai se "perpetuar" com a gordinha tendo filho, porque no resumo da opera, a "gordinha" nao é a questao e sim a boa companheira seja por alguns anos, a vida inteira, sei la. Procurar o par ideal nao é o erro, mas chegar aos 30, 40, 50, 60... batendo nessa tecla e amargando a solidão é mais que burrice.

Anônimo disse...

depois de vários casamentos longos e alguns nem tanto... acho, de verdade, que o casamento (ht ou hm) deveria ser que nem todo contrato... ter data pra começar e terminar (claro com direito a raras prorrogações).

o trauma do término (pra ambos - "vítima e algoz"- é um dos grandes sofrimentos dessa vida, e o pior com grande repercussão sobre nossa saúde física e mental!
bjo do anônimo!! (apenas nessa msg) rsrsrs

Douglas FR disse...

Mas essas diferenças são naturais. O hétero tem "etapas" de vida diferente do gay: com 20 e poucos anos tem que estudar, se formar e conquistar certa solidez financeira, de preferência com uma parceira a tiracolo. Já com trinta e poucos, a prioridade é casar, até porque o relógio biológico da mulherada começa apitar. O casal tem a vontade de procriar e não pode esperar pra depois dos 40 anos. Fora que, se um cara não estiver casado até os 40, é tachado de garanhão, de solteiro frustrado ou algo que o valha.

Os gays, por outro lado, não têm essa de relógio biológico ou de reprodução. Para que não fique uma lacuna nos 30 e poucos, a opção foi prolongar os 20 e poucos anos: mais um década na caça, em baladas e nas academias da vida, cuidando de si próprio e se preparando para uma eventual paixão. Nós não temos que criar uma família e toda aquela tradição héterto, o que nos faz ser muito autocentrados.

A grande armadilha pode residir justamente na ilusão de que temos mais tempo de curtição e de procura pelo amor. E os gays são muito mais exigentes, principalmente os que têm uma boa formação, que cuidam do corpo, que estão sempre pelo mundo... Ninguém é bom o bastante. Enquanto isso, as "bees-pão-com-ovo" se jogam na vida, quebram a cara e namoram horrores. Terão histórias muito mais interessantes no fim da vida delas, enquanto os outros gays não viveram nada por estarem presos a ideais superficiais como a beleza. Meio triste.

Douglas FR disse...

Aliás, Thi, parabéns pelo texto! Acho que você conseguiu traduzir o sentimento de muita gente, inclusive o meu. Já parei muitas vezes pra pensar sobre esse assunto, sempre me perguntando se não me cobro muito. Pior: se não cobro muito do meu futuro parceiro.

Bjos!

Anônimo disse...

Pra variar, mais um texto fofo e tocante... Me identifiquei muitíssimo, até parece que fui eu que escrevi o último parágrafo.

-

Mas como assim você não faria nenhum?! Acho que você deveria extender o seu último texto da DOM para o blog, e se colocar no lugar dos entrevistados.

beto disse...

apesar de não concordar que HTs casados sejam mais felizes em geral, acho que vc tocou num ponto importante: as expectativas fora de proporção de muitos gays.

Chamo da síndrome da neca-de-ouro (parente muito próxima do santo graal): o cara tem que ser bonito, rico, sarado, educado, pauzudo, antenado, bom de cama, inteligente, aprovado pelos amigos, jovem, alto, fiel, elegante, bem relacionado, com tanquinho, etc etc.

Como isso não existe ou não dura para sempre, fica todo mundo gongando todo mundo o tempo todo - é a receita da infelicidade na sua forma mais eficaz.

Já vi amigos meus detonarem todos os pretendentes que um solteiro achava. E muitas vezes por motivos idiotas. Se o cara não tem uma personalidade bem forte para peitar os "amigos", ele é que acaba sozinho. Não é que qualquer zé-mané valha a pena, mas um pouco de cair na real faz bem.

P.S. Boás coloridos causam manchas vergonhosas nas roupas.

David® disse...

Xu...já peguei buquê de noiva duas vezes...acidentalmente calaro! Cairam nas minhas mãos...o resultado? eu em casa sábado a noite...sem um pé pra aquecer o meu...rs..graças ao checklist (que já joguei fora faz 2 anos)

Rogério Leal disse...

Lindo post, Thiago! Vez em quando me passa esse tipo de questionamento, mas no final, tudo bem: adoro ser e estar como sou. Primeira vez que comento aqui e cada vez mais fã do teu blog. Direto do sertão baiano, Rogério.
Ah, esperava algo sobre o Michael!

Thiago Lasco disse...

Rogério Leal: Obrigadão pelas visitas e pelo comentário elogioso, que bom saber que estou acertando! Sobre MJ, não escrevi sobre ele porque TODOS os blogs falaram a respeito, deram todos os tipos de visão possíveis, e isso meio que superexpõe e queima o assunto. Acho inclusive meio cansativo pro leitor passear pelos blogs e ver sempre os mesmos temas. Entre tudo o que eu li, gostei dos posts do Tony Goes, do No Teleférico e o último do Chato no Ar ("orfanato"). Some tudo e divida por 3, e vc terá uma visão bem próxima ao que eu escreveria. Eu seria respeitoso com a memória dele, mas não aceitaria o chororô "comovido" desse povo que, até ontem, achava que ele era bizarro, decadente, pedófilo e ridículo. Mais ou menos por aí...

Marcelo disse...

Fiz um post citando este aqui. Gostei muito das tuas reflexões.

Anônimo disse...

Thiago,

Realmente, a coisa que especificamente me incomoda em nosso mundo gay é exatamente a tal "síndrome da neca de ouro"(o Beto acabou resumindo tudo). Isso não tem nada a ver com achar que "hts são mais felizes" - mas é fato que eles tendem a ter um ponto de estabilidade emocional nos relacionamentos que tem a ver com a capacidade de desenvolver vínculos afetivos sólidos e compromisso mútuo.

Já no meio gay,vejo que poucos criam esse tipo de vínculo - em geral, a superficialidade e a vaidade domina a nossa cena em matéria afetiva. Vivenciamos um tipo de ilusão coletiva narcisista e adolescente - tanto é que pergunto: o que é fazer "carão"? Já viram "carão" ser uma "cultura" em balada ht a ponto de ganhar até nome próprio? E quantos casais gays duradouros a galera conhece por aí? Muitos defendem casamento gay, mas exatamente para quê?

Esse narcisismo coletivo apenas produz uma rede de relacionamentos descartáveis e posteriores vazios de alma - por isso entendo quando você diz que provavelmente, se fosse ht, teria namorado muito mais. E olha - concordo contigo com um certo aperto no coração. Não é uma análise exatamente confortável, mas muito necessária. Me identifiquei com teu texto. Abração

Nícholas Vasconcelos disse...

Procuramos uma perfeição que não existe, principalmente em nós mesmos. Por não encontrar quem seja completamente perfeito vem a frustração e o desejo de que tudo fosse diferente. Não é a pessoa certa que não chegou, nós que ainda não chegamos e não estamos prontos pra realidade. Passei por isso há pouco e percebo o quanto fui idiota =/

Parabens pelo texto!

Anônimo disse...

Oi
Olha o porquinho carioca fucando novamente seus textos, seus pensamentos e sua brilhante integligencia ao descrever sentimentos e momentos....bom, vamos la, acho que independentes de heteros ou homos, todos procuramos pessoas "certas" pra dividir o curto espaco de vida que temos nesse planeta...claro, que cada um tem uma serie de pre-requisitos por candidato(a) a ocupar o posto de companheiro(a)...com o passar da vida, novos pre-requisitos vao sendo adicionados e outros descartados...o que futil pra constar nessa lista? o que indispensavel? corpo musculoso, intligencia assombrosa, curvas torneadas, rosto exuberante, dominio na palavra e escrita....seria bom que a gente ( falo como gay ) conhecesse aquele que me fizesse sentir amado, respeitado...me sentisse o "O CARA" - sem ser o Lula - e ao mesmo tempo me deixasse orgulhoso de mostrar ao mundo que "aquele pedaco de mau caminho e meu e me ama"...mas que sentimento e esse que faz heteros namorarem, noivarem, casarem (as vezes, com toda a pompa - talvez igual a que vc foi ) em em alguns meses, estao la no segundo andar do forum onde trabalho ( varas de familia ) - ou pior, no primeiro andar ( vara da violencia domestica contra a mulher ) ..parece pessimismo ne? nao e, vivo essa realidade!!!!! acho que, nos gays, talvez por vivermos sempre acuados...esta melhorando....mas ainda vivemos em guetos, vilas, sociedades fechadas onde todo mundo conhece todo mundo ou todo mundo ja transou com o outro ( nem que seja por tabelinha ) somos mais exigentes em escolher "O TAL" ... como disse um outro comentarista do seu texto...os heteros, ja nascem com sua vida toda programada ..aos 20 namorar, aos 30 casar e ter filhos, aos 40 estar com a vida e familia estaveis, aos 50 se aposentar e curtir a vida, aos 60 cuidar dos netos etc... e qual o relogio biologico dos gays? mal e porcamente, vivemos o dilema de quando e a hora certa pra reunir a familia pra dizer que a tal falada namorada nunca vira mas sim um delicioso ser masculino...ehehhe. dai, ate a aceitacao rola a "saia justa" de algo declarado que, ate entao, vivia em baixo da mesa...bom, a busca frenetica por alguem com casca crocante e recheio saboroso nunca termina...CONCORDO COM VC EM TUDO QUE FALOU...acho que todos os gays, por algum momento na vida, mesmo aqueles que nunca tiveram problemas em se aceitar como gays ( eu ), pensamos como seriam nossa vida se tivessemos nascido de outra forma ( heteros )...e pelo amor de Deus, quem diz que isso e opcao ou condicao sexual - deveria rever seus conceitos - nao sei se minha vida seria melhor ou pior, acho que nosso coracao e muito mais do que aquela figurinha que desenhamos nos cartoes no dia 12 de junho (nosso coracao tem que estar aberto pra amar - pai, mae, filhos, animais, amigos, e ele(a) quando pintar...mas mais importante de como ele(a) se pareca fisica ou intelecutalmente e saber se dele parte o mesmo sentimento em direcao a vc ( AMAR E SER AMADO....SERIA TAO BOM SE AS PESSOAS FOSSEM MAIS HONESTAS CONSIGO MESMAS E COM AQUELAS QUE UM DIA DECIDIRAM SE UNIR )
AI, THI. nao sei pq seu texto mais uma vez me tocou muito...sou super seu fa e te amo de paixao
PIG.

Rafael disse...

Nas comédias românticas hollywoodianas os gays sempre são retratados como o amigo que tira a mocinha do sofá (após chorar e se entupir de cohocolate) e após fazer um discurso seguro, encoraja a moça a sair e correr em busca do homem dela.

Acaba que na vida real temos nossos momentos de insegurança como qualquer personagem da Anne Hathaway

Renato disse...

Thiago,

Acredito que esse lance de idealizar o homem perfeito, de fato, nem acontece. Na verdade, ninguém está buscando tanta perfeição assim. Basta pensar nas pessoas por quem já nos apaixonamos. Eram perfeitas? Certamente não.

Acho que é apenas uma desculpa, assim, enquanto o idealizado não aparece, vamos nos "divertindo" muito e falsamente choramingando a sua espera.

E sobre o buquê, não creio que o problema seja pegá-lo, a questão é: será que queremos mesmo pegar e ficar com o buquê?

Acho pertinente a discussão do post, a propósito, já escrevi algo sobre isso.

Abs.

R.

Anônimo disse...

Oi Thiago. Adoro seu blog e o leio quase diariamente. Então, sobre isso que você diz no post. Tem um exercício que sempre faço com minhas amigas e amigos que vem falar comigo sobre "não ter alguem" , "não conseguir encontrar a tampa da panela", etc . Eu começo falando que todos nós temos internamente as qualidades que desejamos e os defeitos que toleramos que os nossos pretês tenham. Daí eu peço pra esse(a) meu(inha) amigo(a) começar a falar quais são essas qualidades e esses defeitos. Em 99% das vezes as pessoas começam a se descrever ao fazer isso. Ou seja, eu acho que nós nos buscamos no outro. E acho que no nosso caso, homossexuais, isso é ainda mais evidenciado por nos relacionarmos com alguém do mesmo sexo que nós. E como a sexualidade é um fator importantissimo na vida de todos, acaba por refletir também nessa escolha do parceiro. Ou seja, pra mim funciona assim: eu me procuro no outro, o outro deve ter tais qualidades e posso tolerar tais defeitos, e o outro tem de ser do mesmo sexo que eu , enfim, SOU EU !!!. Assim, fica realmente difícil encontrar alguém que passe pelo funil. Eu, que já tive muitos relacionamentos , e já tive inúmeras alegrias e decepções, aprendi que a gente tem que procurar alguem com bom papo, com quem a gente se entenda na cama e que tenha pelo menos carater e um bom coração e sem criar muitas expectativas do tipo O-HOMEM-DA-MINHA-VIDA-FOREVER. Depois q me conscientizei disso as coisas passaram a ser mais fáceis. Estou com um cara há 1ano e meio, e estou muito feliz. Apesar de saber que ele está longe de ser aquele ideal romântico de namorado que um dia eu quis ter, eu o amo muito porque aprendi a amar o pacotinho completo: desde as coisas maravilhosas que vivemos juntos até a maneira desajeitada que as vezes ele tem . Enfim, é isso. Bjo grande pra vc e uma semana abençoada. Robson, S José dos Campos.

TONY GOES disse...

Você não daria menos importância ao visual se fosse hétero por uma simples razão: você é homem, e homem dá importância para o visual. Simples assim.

A verdade é que a sexualidade dos homens héteros e gays é muito parecida, só com o sinal trocado. Por isto fico puto quando alguém diz que "gay não é homem". É homem sim, e muito mais do que parece.

Bel Ami disse...

Primeira vez que leio seu blog.
Achei incrível o texto e os comentarios... To passando por uma decepção e é exatamente isso que eu estava precisando ler.
Opiniões objetivas que expressam a realidade do que somos.
Parabéns pelo Blog!
Forte abraço!

Anônimo disse...

Os gays costumam culpar a sociedade pelos seus males, exigindo os direitos e deveres de qualquer pessoa. O que os gays não percebem é que eles próprios são os grandes responsáveis pelos problemas que enfrentam, tais como inconstância amorosa, alta rotatividade sexual, baixa auto estima etc. Do ponto de vista social, nunca foi tão fácil ser gay. Aquele papo de "papai-não-me-aceita" anda meio surrado. Os gays já conquistaram a visibilidade que queriam (digo visibilidade, não respeito). Resta saber o que fazer com isso. E, principalmente, saber se vale a pena continuar exigindo que as solução venham de fora, enquanto aqui dentro o bom senso anda em falta.

Só vou levar a sério essas passeatas gays quando elas pleitearem coisas como o fim dos quartos escuros nas boates, onde garotos bêbados e drogados trepam adoidado e, precocemente, destroem suas vidas; quando pleitearem o fim da putaria generalizada e que se trate o próximo com o mínimo de respeito.

Quem ferrou a minha vida não foram os heteros. Esses fizeram o seu previsível papel de ignorantes e preconceituosos, com as exceções de praxe. Já os gays, estes me surpreenderam - no pior sentido. Nunca vi tanto ódio, desprezo pelo semelhante. Como se ofendem, se degradam!

Um pouco de humanidade e bom senso faria, pela comunidade gay, um bem infinitamente maior do que leis, tratados e decretos. O inferno não são os outros, meus caros. Somos nós.

jimmy disse...

Gostei muito do seu texto, Thiago. Virou meu xará predileto ;)
Não precisa ser muito inteligente para perceber que o mundo gay é mergulhado em futilidades. Uma verdade cruel...

Gurizão disse...

Meu simples comentário as 3h da manhã de uma sexta-feira sem sono:

Falou tudo. Ai ai.

Denise disse...

São tantas as exigencias de alguns que me fazem pensar na estorinha da baratinha que ficou anos e anos na janela exigindo um noivo que fosse de seu agrado .Acredite...ela esta sozinha e bemmmmmmmm velhinha.

o estranho é q exigimos coisas que nem sempre oferecemos e pior,não exigimos por gosto mas pq podem achar isso ou aquilo.
Onde ja se viu vcccccccc com esse cara feioso...Credo!

Minha relação mais bonita foi com um cara baixinho,gordinho e feio.

Ele tinha consciencia disso nele,e compensava o que poderia ser uma falha com muita intensidade e um tantão de conteudo.

hoje bemmmmmmmmmm mais velha,e muito seletiva, estou só por opção e nao por falta de...(ou ate aparecer um sapo que me instigue rs)

Tenho historias incriveis para contar das vezes que liguei o foda-se para o que iam dizer e para os sonhos de um tempo em que eu acreditava em principes.

Ha muito não acredito neles.
E quer saber os sapos podem nos surpreender.
adorei aqui

volto,me fiz sua seguidora assim não te perco

Denise

Luix disse...

Simplesmente parei de me culpar. É melhor. Quero dizer...essas auto-análises nunca surtiram lá grandes diferenças além do óbvio: Um latente sentimento de culpa e nenhuma resposta. Então que seja! Não é culpa minha e os outros é que estão muito feios e burros.