Meus amigos queridos do Rio vieram fazer um fim-de-semana gastronômico em São Paulo e ontem fomos jantar no À Côté, nos Jardins, ao lado do B&B Burger Bistrot. O À Côté é o novo restaurante da Danielle Dahoui, que é dona do meu segundo restô predileto em SP (o Ruella; o primeiro, se você está curioso, é o Carlota) e também criadora do meu restaurante preferido no Rio (o Bar d'Hôtel, no Leblon).
Eu já tinha entrado no À Côté, para conhecer o ambiente, da última vez em que fui jantar no B&B. O lugar é lindíssimo, tem vários ambientes, todos com aquela característica de conforto aconchegante, profusão de cores e mistura de eras e estilos que é marca registrada da Danielle. No mezanino, há uma mesa baixa com sofás e almofadões - que eles chamam de sala árabe - e até um aposento decorado em estilo oriental. Bem bacana.
Em relação à comida, não tive como não criar expectativas altíssimas, justamente porque o Ruella é um daqueles lugares com pratos tão carismáticos que você se torna rapidamente dependente deles. E, embora nada no À Côté tenha deixado a desejar e os pratos sigam exatamente a mesma proposta de culinária francesa contemporânea, no fundo eu fui esperando uma sensação que só o Ruella poderia me dar.
Pedimos uns tartines deliciosos de steak tartar e de queijo de cabra para abrir os trabalhos. Depois, os meninos escolheram um linguado com lascas de amêndoa e um risoto cremoso de limão e abobrinha que estava delicioso. E eu, que estava com desejo de carne vermelha, pedi uma espécie de entrecôte alto com batatinhas provence (que vêm a ser uma versão mais abrutalhada das batatas tourraine do Spot) e molho béarnaise à parte. Estava gostoso, mas não era nada que eu não pudesse comer em qualquer outro lugar. Já os pratos do Ruella são insubstituíveis. Não se pode comer o confit de pato deles em nenhum outro lugar. Muito menos o trois laits, a melhor sobremesa do mundo (bem, essa também dá pra comer no Bar d'Hôtel, no Rio - cujo cardápio também é da Danielle Dahoui !)
De sobremesa, o Xande pediu uns rolinhos de nutella com sorvete e farofa de pé de moleque, e eu quis ousar e arrisquei o suflê de bailey's, tido como um dos carros-chefe da casa. Me dei mal: o suflê era enjoativo, não exatamente por ser doce demais, mas por ser forte no licor e não ter um sabor de base marcante. Esse é para não pedir mais. De qualquer maneira, o balanço da visita foi positivo. O lugar é muito bonito mesmo, e o cardápio tem um monte de outras opções que devem me manter ocupado por algum tempo. Desde que eu não vá lá com vontade de comer a comida do Ruella...
sábado, 25 de novembro de 2006
À Côté: a comida do Ruella cresce e aparece
Postado por Thiago Lasco às 2:51 AM
Marcadores: comida, crítica, restaurantes, são paulo
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