Quando anunciaram que São Paulo teria uma filial do clube Pacha, fiquei empolgado. Eu gostei muito da matriz em Ibiza e da filial de Buenos Aires (por razões completamente diferentes, já que as franquias pelo mundo não são idênticas como o McDonald's) e comemorei a possibilidade de São Paulo finalmente passar a receber com regularidade grandes nomes da house music mundial. Se a nossa cena eletrônica recebe gringos com freqüência, é fato que só uma minoria é de house; nosso underground sempre teve um certo preconceito com esse gênero e só investe em electro, minimal e techno. Uma pena.
Minha estréia no Pacha SP me deixou um pouco frustrado. O maior problema não foram os preços caríssimos (a começar pela entrada, entre R$ 120 e R$ 150 para homens), mas o pouco que o Pacha entrega pelo dinheiro. Enquanto o Pacha Ibiza tem ambientes caprichados e ricamente decorados, com plantas, lustres, velas, cores, enfeites, a decoração aqui (pelo menos nesse começo) é meio pobrinha: tudo branco, tudo seco, tudo pelado. Podem chamar de minimalismo, mas a impressão que dá é que acabou o dinheiro na metade da obra. Nem o lounge se salva - simples sofás brancos sobre uma marquise de cimento queimado fizeram com que eu me sentisse no prédio da Bienal, em algum daqueles "lounges" improvisados em eventos.
Se pelo menos o clube tivesse uma vibe alucinante, como no Pacha Buenos Aires, onde as pessoas interagem com o DJ, pulam, gritam, batem palmas e explodem a cada virada, não seria nada. Mas pelo funil dos preços altos só passam cocotas de salto alto e netos de banqueiros, e o que se vê é uma pista morna e blasé, com patricinhas conversando em rodinhas e tomando champagne, de costas para o DJ, e "vips" isolados em camarotes em volta da pista - que, com isso, custa ainda mais a bombar. Achei muito pouco pela fortuna que se paga.
Mas hoje o Pacha se redimiu. A estréia da day party We Love Sundays (sobre a qual já falei aqui) foram outros quinhentos. Foi só abaixarem um pouco os preços (entre R$ 40 e R$ 80) e darem uma diversificada na divulgação que os resultados logo apareceram: um público muito mais interessante, lindo e cheio de entusiasmo lotou a área externa onde foi feita a festa. Tinha gente de todos os clãs, gente da alta mas também gente low profile e até figurinhas carimbadas do meio gay (André Almada, Turca, João Neto), que não têm o hábito de freqüentar a casa (aliás, os donos de clubes no Exterior são unânimes em dizer que a freqüência mixed é essencial para o sucesso de uma boa pista).
Foi uma tarde ótima, que logo virou noite, coroada pelo som sexy do grande Steve Lawler, que desta vez usou mais electrohouse e menos progressive house no set, fazendo todo mundo rebolar. Não havia quem não estivesse se divertindo - com algumas vódegas a mais, dava até para jurar que se estava mesmo na We Love Sundays original, que faz os domingos da Space de Ibiza serem únicos no mundo.
E agora, acabo de ficar sabendo que o Pacha vai trazer, na noite do dia 25 de maio, sexta-feira, o DJ Desyn Masiello. Masiello é um dos poucos grandes nomes do house progressivo que eu ainda não vi tocar mundo afora e estava louco para ver. Os CDs compilados do cara são maravilhosos e a minha expectativa está altíssima - desde já, aposto que vai ser um dos sets do ano. Fica aí a dica, esse vale até o preço da entrada cheia. Chame seus amigos e se jogue, porque vai ser incrível.
domingo, 6 de maio de 2007
We Love Sundays: enfim, o Pacha acerta a mão
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Um comentário:
E dizem que tem X por lá, no dia 07, com Chris Cox.
Será?
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