As férias da faculdade finalmente me deixaram ir conferir uma das grandes novidades do circuito cultural da Paulista: a fantástica megastore que a Livraria Cultura abriu no Conjunto Nacional, no espaço físico que um dia abrigou o saudoso Cine Astor.
A nova loja ficou mesmo uma beleza. Tudo chama a atenção, a começar pela rampa sinuosa e cercada por arames que leva ao interior da livraria. Chegando lá, a visão é impactante: a loja é inteira construída em desníveis e você praticamente mergulha numa descida psicodélica, cruzando o carpete xadrez como se estivesse num game do Mario Bros. No meio do corredor, uma espécie de ilha com pufes coloridos convida a uma leitura descontraída. Um vistoso dragão de madeira pendurado no teto dá o arremate final. Em volta do "mergulhão" principal, há vários outros níveis com mais prateleiras de livros e, no mezanino, CDs e DVDs. Nos fundos da loja fica o café.
Essa disposição caótica pode ser visualmente atraente, mas também tem um defeito: é quase impossível encontrar o que você precisa sem depender da ajuda de um vendedor. Tudo bem que o staff da Cultura é pra lá de qualificado (como na Livraria da Travessa carioca, eles costumam recrutar gente que lê bastante e conhece o que vende), mas não são poucas as pessoas que gostam de fuçar as prateleiras sozinhas, sem incomodar e sem ser incomodadas. Esses clientes introspectivos precisarão de uma certa dose de paciência e teimosia até conseguirem se encontrar na bagunça da loja.
A verdade, porém, é que esse inconveniente fica pequeno perto do grande atrativo de lá: como toda boa novidade, a Livraria Cultura está um fervo só. Nesse final de semana em que estive lá, o clima era de pura badalação - a loja parecia um formigueiro humano, cheia de gente eufórica e de olhos arregalados, com sede de descoberta. E tinha pra todos os tamanhos, gostos, idades, credos e orientações sexuais. Para quem vê livraria como fonte de diversão e entretenimento (e não como uma simples loja em que você entra atrás de algo, pega e vai embora), a nova Cultura já é the place to be.
Pra completar, o café da loja - V Café, bandeira diferenciada da rede Viena - é charmoso, aconchegante e totalmente cosmopolita. Um ponto de encontro de ótimo gosto para juntar os amigos numa tarde fria de domingo, em meio a chocolates quentes, sanduíches caprichados de salmão defumado e guloseimas como o bom brigadeiro de colher. Os preços não estão lá muito camaradas - aliás, a própria livraria parece ter ficado mais cara do que o usual - mas é o que se paga para estar onde todo mundo quer estar.
[Foto: Divulgação]
terça-feira, 3 de julho de 2007
Livraria Cultura: fervo, charme e caos
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8 comentários:
nooossa... sou apaixonado pela sua cidade!!
São Paulo é uma cidade de alto custo de vida, mas nos oferece esses mimos da cultura :) Pena que o que é bom custa caro. Mas somos, sem dúvida, privilegiados. E a Livraria Cultura se destaca faz tempo...
Sobre o blog: Linkei pq gosto e sempre leio, embora nem sempre "poste"... Blogs de opinião como o seu às vezes rimos, às vezes choramos, mas é sempre enriquecedor ;)
ow meu querido, pode pedir o que quiser quando quiser, eu soh num vou poder te ajudar muito! nunca fui na Jo, ainda tiro onda hehe enrustidaaasso! mas vem aqui sim que eu te levo em varios lugares bacanas. e minero come quieto sim - e é assim que a gente come duas vezes! ;) quietim quietim
Vê se me chama para esses programas culturais também, pois como carioca que sou - em sp - preciso dar uma demão no meu verniz cultural.
:)
Ai, gente...pára com isso.
Mais um lugar pra visitar - e comer, claro - na próxima visita à SP....rs
A disposição caótica, acho que é proposital, o que quase te obriga a procurar um vendedor.
Mas com o tempo, o frequentador já passa a conhecer a fundo, toda a megastore.
Pela foto, a megastore já é um novo atrativo para os apreciadores de boa qualidade. mesmo custando caro.
abração, querido.
se cuide
Gui
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