Nos seus anos dourados, antes de ter sua característica musical reduzida à figura da DJ Ana Paula (e muito antes de começar a dar calotes em seus fiéis seguidores, enterrando de vez sua reputação), a X-Demente era a festa mais importante - e esperada - da noite carioca. Reunia todo mundo que importava na cena: as barbies (que ela ajudou a multiplicar pelo Brasil) e também os descolados, os fashionistas, os gringos, os globais. Primeiro, todo mundo dançava lado a lado, ao som dos sets de house e tech house de gente como Felipe Venâncio, Pareto e Márcio Careca. Depois, descamisados e modernos foram se separando em duas pistas: o primeiro grupo na pista principal, regada a tribal, o segundo no terraço da Fundição e na "edícula" da Marina. Mas, ainda assim, todos na mesma festa.
Com o declínio da X-Demente e, em paralelo, o surgimento de projetos bem mais interessantes para os modernos, como a Delírio e a Moo, deixou de existir uma festa que fosse unanimidade, que agregasse gregos e troianos. Uma noite que atraísse a cena inteira e onde fosse possível encontrar todo mundo no mesmo lugar. Os fortões e amantes do tribal foram para um lado, o povo mais underground foi para o outro - repetindo a mesma polarização que já se via na noite de São Paulo.
E então veio a invasão da The Week. Cumprida a primeira missão, de conquistar o seu lugar entre o público barbie, a casa de André Almada agora aproveita o feriado da Páscoa para arriscar mais um passo: ser uma opção de diversão conciliadora, que junte todas as tribos sob o mesmo teto, como a X um dia foi. Na noite de sábado, na pista principal, os residentes Ana Paula e Felipe Lira receberão o convidado Escape (de NY), servindo tribal para as massas descamisadas; enquanto isso, na pista 2, o ídolo Maurício Lopes e o querido Gustavo Tatá tentarão atrair o povo mais moderno (que por enquanto estava sem opção para o feriado).
Com essa iniciativa, a TW está mostrando que sabe olhar além. Ela já é manda-chuva entre os bombados e fãs do tribal, mas por que se limitar a eles? Por que não tentar, ainda que apenas em feriados, ser "o" endereço certo na cidade para todo mundo ir? Claro que os modernos continuam contando, ocasionalmente, com outras opções mais direcionadas a eles (embora adorados por seu público, Mau e Tatá não são nenhuma novidade). De qualquer jeito, a noite de sábado no galpão da Saúde é uma tentativa de fazer clãs diferentes voltarem a se divertir no mesmo espaço, como nos velhos tempos. Será que essa festa vai conseguir recriar o clima da X-Demente?
[UPDATE: o DJ Maurício Lopes me contou, via Fotolog, que a festa foi ótima, a iniciativa de colocar os muderrrnos na pista 2 da TW "superagradou" e, agora, a idéia é que isso passe a ser feito com freqüência mensal ou bimestral].
terça-feira, 18 de março de 2008
The Week Rio, brincando de fazer X-Demente?
Postado por Thiago Lasco às 12:41 PM
Marcadores: análise, noite, rio de janeiro, the week
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4 comentários:
Eu acho que sim, aj tenho visto muito moderno seguidor de mau e tatá dizendo que vai.
Alias, o bom da tw é enxergar as oportunidades. Ja que nao tem a imbativel Moo e nem outra festa rpa essa galera, que tal ser a opção do feriado?
Por uma questão de coerência, eu deveria ir a esse projeto, mas juro que não ando nada jogativo. Acho que vou esperar o povo fazer o test-drive...
Bjs!
Nossa e poderiam fazer isso aqui em sp também ne?
Eu vejo uma certa resistência no início... coisa de desconfiança mesmo.
Até pq os modernos não tem muito saco para as barbies, né?
Mas vale a experiência e se der certo! Será o monopólio total da noite carioca. uma MOO-DEMENTE, FASE-X.. enfim.. um amalgama que só paulista entende.
hehehehe
Bye
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