segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Recepção azeda

"A hostess Isadora, do Vegas, é sempre muito mal educada com os clientes. Uma turma e eu esperamos 30 minutos, pois só entrava a fila VIP dela. Depois, fomos atendidos com grosseria pela hostess, que cobrou R$50, valor diferente do que constava do Guia, entre R$20 e R$40. Pedi educadamente um desconto e ela fez carão. Respondeu: 'nem para os meus amigos' ". A queixa publicada na seção de cartas do Guia da Folha mostra que o fundamento do carão na porta, marca registrada da cena clubber dos anos 90 (quem não lembra da door policy dos primórdios do Lov.e?), ainda está mais presente na noite do que deveria.

Por baixo de uma atitude pretensamente cool e superior, o esnobismo e o carão revelam despreparo, insegurança e falta de profissionalismo. Além disso, deixam uma impressão ruim que o cliente dificilmente esquecerá. Passei por uma dessas na porta do finado Stereo (onde hoje funciona o D-Edge), há nove anos. Noite disputada, duas filas opostas e nenhuma explicação sobre elas. Peguei a da direita, esperei cerca de 40 minutos e, quando chegou a minha vez, a hostess Anna Gelinskas me humilhou na frente de quase cem pessoas, porque eu deveria ter esperado na fila oposta.

Com uma grosseria surpreendente, ela impediu minha entrada e ordenou que eu fosse para o fim da outra fila, como se eu tivesse pego aquela para entrar mais rápido. Argumentei que ninguém havia orientado os fregueses e eu já havia esperado 40 minutos ali, ao que ela respondeu algo como "vai esperar outros quarenta, ou vai voltar pra sua casa: aqui você não vai entrar". Sou uma pessoa educada, levo tempo para colocar a agressividade para fora, e por isso na hora fiquei absolutamente sem reação. Hoje, se ela me destratasse da mesma maneira, eu até poderia perder minha noite - mas antes faria questão de colocá-la no seu devido lugar. Algumas pessoas precisam que alguém lhes mostre que são muito menos do que pensam.

31 comentários:

Anônimo disse...

Concordo, há pessoas que possuem o ego muito massageado. Acreditam ter o direito por serem ditas de alta sociedade ou aspirantes a tal posição, poderem destradar outras de maneira voluntária.A melhor maneira de tratá-las é retribuindo com a mesma educação.Ou seja, massageie o ego delas com boas pancadas da mesma educação.

Isadora disse...

Essa ideia de que hostess mal educada faz parte ou garante a exclusividade do lugar ou sei lá o que é muito idiota mesmo. Pode ser o melhor lugar do mundo, mas não me presto a passar por isso, não dá pra pagar pra ser maltratado.
beijo!

Rafael disse...

Lembra dos jogos do atari? Que o bonequinho tinha que passar por vários obstaculos para chegar ao seu destino e ser feliz? A noite paulistana (e não só ela) tá quase isso: baladas exclusivas para "members" que devem ser aprovados por um conselho; locais secretos e compondo essa cena babaca a figura da hostess caruda que vai te plutonizar com seu olhar blasé.
Vez ou outra entramos na na paranoia do "preciso ir no lugar X", mas na maioria das vezes isso tudo me da uma preguiça...

B. Rio disse...

Aqui no Rio rola isso também, mas eu nem apareço nesses lugares mais, só quando não tenho outra opção! rsrsrsrs

André Mans disse...

por essas e outras que ando bem cansado de balada, ainda mais que a superficialidade e o esnobismo andam protagonizando as noites paulistanas... quem sabe um dia, um cliente nervosinho cuspa na cara de um hostess assim? kkk

Too-Tsie disse...

Eu dou risada, é só lembrar essa senhora que ela é apenas uma porteira. Você disse bem, devido lugar. Simples assim.

Lindinalva Zborowska disse...

NENHUMA PORTEIRA ME SEGURA, AGORA QUE SOU DO CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES. AFINAL... ESSAS VACAS NUNCA ESTÃO COM AS VACINAS EM DIA. UM BEIJO E ME LIGA QUE TÔ CUM SAUDADES FIO!!!

cassio disse...

eu odeio essa Anna Gelinskas. se vc que é advogado passa por isso imagine eu e outros.acho que deveriamos tentar aposentar o termo hostess e adotar um mais condizente com a função, tipo:recepcionista. se algum dia eu for humilhado por uma dessas ai nao penso duas vezes em seguir o conselho do mans e cuspir na cara da dita cuja e lavar a alma, ou pior: pegava uma garrafa de agua juntava alguns amigos, mijariamos na garrafa ate encher, para o carro na frente do lugar(verifica se o transito esta livre)joga na cara dela e ...fuiii
cruel nao??? ele merece!!!

Marcio disse...

Encarei antipatia parecida com a da citada Isadora pouco tempo atrás, de outro host, no after hours do D-Edge. Escrevi para a casa reclamando, mas infelizmente não consigo descobrir o nome do sujeito (se soubesse escreveria para o Guia da Folha também). É um negro bastante tatuado, sempre montadíssimo... você sabe quem é?
ABS!
M.

Rodrigo disse...

Aqui na provincia de São Pedro essas modernidades aindam não chegaram... graças a gay-god!

bjos pra tu, guri.

Lourinho disse...

Voce^ deveria ter falado pra ela o que a Guilhermina Guinle diz no
minuto 1:10 :-)

Anônimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=Pu27Pgz2_mA

desculpa era esse video aqui (pode deletar o post com o artigo sobre o gorilla rss)

Anônimo disse...

QUANTAS FACULDADES E POS E MESTRADOS , DOUTORADOS SAO NESSESARIOS PARA SER RECEPCIONISTA DE BOATE ??ACHO QUE TO COM VONTADE SEGUIR ESSA CARREIRA, MAIS É MUITO PARA O MEU NAIPE!!

Fernando Cabral disse...

É isso que dá darem pseudo-poderes para pessoas erradas... eu perderia uns minutinhos lembrando à criatura que é o meu dinheiro que paga a kit onde ela mora. Eu sou o cliente e tenho que ser bem tratado. Oras, cliente mal-tratado, casa não mais frequentada, sem dinheiro... ooops, cadê o emprego?!

Blog do Dirceu disse...

Bonitinha mas ordinária né...

Dona Flor disse...

Eu sempre digo que os pequenos poderes são os piores. Todo porteiro (hostess??? me poupe), seja de balada, seja o do seu prédio, pode ser absurdamente grosseiro e prepotente. Se tiver um uniforme estilo fardinha então, sai de baixo.

TONY GOES disse...

Este é um assunto que mobiliza as pessoas! Todo mundo tem uma história de horror para contar. Eu tenho várias...

O probelma começa pelo nome. "Hostess" quer dizer anfitriã, mas aquela pessoa não está ali para receber as pessoas: está ali para barrar. As melhores barram com elegância e discrição. Mas elas também são humanas, e volta e meia perdem as estribeiras. E aposto que também suas próprias histórias de horror para contar: gente que tenta descolar um VIP a todo custo, o amigo do amigo do amigo, caras-de-pau profissionais e chatos em geral.

Sábado passado, estava eu na fila do black na TW (aliás, as filas lá agora estão super organizadas, com plaquinhas indicativas e seguranças gentis conduzindo você ao lugar certo). Um cara FUROU na minha frente com um RG na mão, exigindo entrar como VIP porque seria "amigo do André". Como se a hostess tivesse uma lista com todos os RGs de amigos do André...

italo lopes disse...

Com o tempo de noite que Isadoras & Afins tem, se tivessem feito uma faculdadezinha, já teriam deixado a porteira... Para mim aquelas caras feias sempre foram a mais alta declaração de incapacidade.... isso desde O Hell´s...

tommie carioca disse...

Isso lembra a Edina de AbFab dizendo pra mocinha da galeria de arte: "You only work in a shop you know, you can drop the attitude". http://www.youtube.com/watch?v=DrKywBZ_ZJc

Discípulo disse...

A noite está às vésperas de um mudança. Há algo no ar que diz isso... Seu post é mais uma prova de que há um desejo por outro estado de coisas, não acha? Não foi pela mesma insatisfação que surgiram as raves londrinas? Um bjão. Cris

Tiago disse...

Querido, já comentei isso com você um tempo atrás, a respeito da minha experiência na Watergate em Berlim. Como disse à época, talvez meu raciocínio nessa hora seja muito capitalista: eu não estou ali para gastar o meu dinheiro? Mas infelizmente a noite ainda vive muito disso, seja em SP seja em Berlim. Acontece que com a idade a gente vai perdendo a paciência. E é exatamente quando a gente vai ficando mais velho que tem mais dinheiro para gastar.

beto disse...

essas coisas acontecem pq o público permite...
isso era procedimento-padrão em NY nos 80s, tinha a famosa "corda" e um host que apontava quem podia entrar no lugar... e a multidão ficava ali esperando ser escolhida...
tb tem uma cena de um filme inglês dos 80s chamado Eat The Rich que é uma excelente paródia desse comportamento. Os caras abrem um restaurante... todo cliente que chega, eles NÃO deixam entrar, dizem que não tem lugar, mesmo o restaurante não tendo ninguém. Uma semana depois, TODA Londres, inclusive os famosos e A-list, quer entrar no restaurante de qualquer jeito...
E o melhor é o cardápio, hehehe: tem até filhote de panda frito com mel...

Guy Franco disse...

História super fofa! Fofíssimas as hostess. Presentearia com um bolo, uma tortinha, algo assim. Mas o que se faz uma vez dentro destes lugares?

diogenes disse...

Nunca passei por nada do tipo. As baladas daqui ainda não necessitam desse tipo de coisa. Mas esse tapa na cara que você dá é merecido!

abonitadaviaeirasouto disse...

Menino do Rio, gostaria de saber aonde no Rio as pessoas barram?? Uma noite caída como esta, por causa da violência, lei seca, noite sem graça...Os hostess ou donos de casas estão implorando para as pessoas aparecerem. Fora época de carnaval/ano novo que a cidade esta cheia, mas no resto no ano...

X disse...

Eu esperei vc escrever: "enchia a cara dela de porrada", pois isso é o que essa pseudo-cantora-mau-educada merece. Já vivi altos stresses com ela, sendo tão fino e educado como você.

CARIOCA VIRTUAL disse...

pequenos PODRES poderes... sempre os mesmo podres pequenos poderes. Acho que tb é culpa da casa, não se deve deixar um tipinho assim estar por ali.

Anônimo disse...

Concorde pleeeeeenamente! É a famosa SÍNDROME DO PEQUENO PODER. É algo ridículo!

M.G.R.T. disse...

Já vi de tudo na noite. Inclusive o clássico embate "pequenas autoridades" (porteira) versus "você sabe com quem tá falando?" (playba). Coisa anacrônica. Podiam aposentá-las, como fizeram com os operadores de elevador. Resquícios de um Brasil que não sai do período colonial.

G disse...

Acho que mto disso é culpa do dono do club, que tem diversos preços para entrar, que variam de acordo com o movimento, ou tema da noite.
O certo é ter vip, desconto e integral, nada de 15 20 25 30 35 40 45 50 80. isso é errado, abuso de poder. Mas faz parte da cultura brasileira de adaptações... acho errado, até a hora que os clubs decaírem, coisa que já está acontecendo, dando lugar pra baladas mais lights e seguindo o rumo de NY. Pois a cultura europeia é diferente da nossa.

guilhermina disse...

o eterno problema em se dar quepe para os menos, digamos, afortunados pela vida. micro-poder e o veneno dos ppopulares.