Eu continuo viajando, tenho mais alguns dias de férias pela frente e ainda não estou pronto para redigir aqui as minhas impressões das cenas de Salvador e Recife. Mas já posso dizer que, como eu havia adiantado no post anterior, aqui tem muito fervo gay sim. Fervo como era antigamente: conhecer pessoas, dar risada, beijar na boca, fazer sexo. Não esse 'fervo' pseudomoderno do eixo Rio-SP, em que todos se entopem de substâncias sintéticas de todos os tipos, para ficarem belíssimos e colocadíssimos, e terminam sempre sozinhos.
Nós que vivemos no tal eixo Rio-SP nos achamos os mais antenados com tudo, mas não percebemos que muitas vezes acabamos vivendo em um mundinho ainda menor e mais estreito do que os habitantes de outros Estados que consideramos "atrasados". Paulistanos e cariocas podem até ter acesso a mais informações (especialmente do Exterior), mas olham demais para seus umbigos "superiores" e cultivam gostos e preferências muito limitados, enquanto os baianos e pernambucanos são muito menos preconceituosos e mais receptivos a coisas novas, culturas novas. Pelo menos foi essa a impressão que eu tive.
Só posso dizer que estou achando ótimo dar esse tempo aqui pelo Nordeste. Não deixei pra trás, da noite para o dia, todos os interesses que eu tinha. Mas tive uma consciência maior de como o mundinho gay do Sudeste anda chato, com suas preocupações cada vez mais repetitivas... Rosane Amaral ou Fábio Monteiro ? Deca ou Dura ? E ou G ? Cera espanhola ou escova progressiva ? Na boa, pra mim já chega... e quando penso que, no Rio ou em Floripa, serão esses os únicos valores reinantes, me dá até uma vontade de adiar minha volta e ficar por aqui mesmo. Tenho certeza de que basfond não ia faltar.
Mas o fato é que na data prevista eu volto, e ainda antes do Carnaval redijo aquele prometido post comparando as propostas de Carnaval do Rio e de Floripa, para cada um tirar suas próprias conclusões.
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007
Outros ares
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Um comentário:
Embora atrasado, venho dizer que mesmo nao conhecendo o carnaval do NE, concordo com a "centração em seus proprios umbigos" de cariocas e paulistanos, mais destes do que daqueles. No meu caso, talvez pela proximidade, há mais informação e intercâmbio de pessoas mas nao muita (Sou de Vitoria)
O triste é saber que essas preocupações repetitivas se tornam padrão e se vc destoa do coro, te execram ou te excluem
Enfim, é a vida....e a diversidade tao propagada, onde fica ?
Em casa né...
Abs
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