ÓPIO DO POVO Tirei o fim de semana para mais um giro pelo Rio de Janeiro, e aproveitei para conferir alguns lugares que estavam na minha lista. Um deles era o Opium, restaurante asiático no térreo do hotel Ipanema Plaza, com uma gostosa varanda aberta para a rua. O cardápio tem umas vinte páginas, com uma parte de sushi e outra de pratos que citam Tailândia, China e Vietnã. Eu e meus amigos começamos com um mix de 10 pares de dim sum; depois, pedimos dois peixes em estilo thai, com curry e leite de coco, e um pato cantonês, com molho agridoce. Os pratos não desapontaram, mas também não chegaram a impressionar. Até porque a concorrência é forte: a comida do Nam Thai é muito superior e, mesmo se a ideia é apenas badalar, o Sawasdee é bem mais fervido.
PASSAGEM SECRETA Gostei mesmo foi do Market, o destaque gastronômico dessa visita. Um corredorzinho escondido na Visconde de Pirajá conduz a um pátio aberto, com plantas, mesas e cadeiras coloridas, que casam bem com a culinária leve e saudável proposta pelo lugar. Se o menu segue a mesma lógica grelhado+acompanhamento de que tantas casas cariocas são reféns, pelo menos aqui o trivial ganha uma pitada de bossa. Uma prosaica carne assada sai do lugar-comum na companhia de um surpreendente purê de grão-de-bico e manjericão, enquanto o creme de milho que acompanha o frango leva um toque de erva doce. Além dos pratos, há sanduíches, saladas e, para beber, sucos, smoothies e uma extensa seleção de chás verdes e pretos, servidos quentes ou gelados. Ótima pedida para o pós-praia, sem a lotação do Delírio, nem o carão sem cabimento dos garçons do Líquido.
SUCOLÉ, SACUALÉ? Fui educado desde cedo para passar bem longe de alimentos vendidos por ambulantes ou em carrinhos de rua, como os clássicos hot dogs (com salsicha recheada de jornal velho, diziam as mães nos anos 80), os camarões fritos de praia (condenados por 10 entre 10 nutricionistas) ou os recentes yakissobas da Paulista. Por isso, nesses dez anos de idas ao Rio (59 ao todo), sempre relutei em comer qualquer coisa oferecida nas areias de Ipanema. Mas meus amigos locais recomendaram o Sucolé do Claudinho com tanta ênfase que decidi fazer o sinal da cruz e me jogar. Para os não-iniciados, trata-se de uma espécie de picolé feito e congelado dentro de um saquinho plástico (em alguns estados, o nome é "chup-chup"). Tenho que admitir: o de mousse de maracujá é simplesmente in-crí-vel. Depois fiquei sabendo que o tal Claudinho comanda um exército de vendedores, gerou várias imitações e foi parar no programa do Jô Soares, onde chorou em rede nacional contando sua história de vida.
QUITUTES UNGIDOS Outra velha dívida do meu roteiro pessoal que saldei foi o bar Chico & Alaíde, aberto por um barman e uma cozinheira que ajudaram a dar fama ao lendário boteco Bracarense. O chamariz da casa são os célebres quitutes de Alaíde, como o famoso bolinho de mandioca, ops, aipim com camarão e catupiry. O "totivendo", uma espécie de escondidinho turbinado de camarão, é de comer de joelhos. Desta vez, porém, não vou exagerar nos elogios: consta que Chico dirigiu-se a um casal gay que havia trocado um beijo dentro do bar, pediu que os moços parassem ou se retirassem, e depois ainda explicou ao jornal O Globo que "este é um bar de família" (oi?). Agora que já matei minha curiosidade, talvez seja o caso de passar a prestigiar os salgadinhos do Bracarense original.
SESSÃO DA TARDE Veterano na noite gay carioca, o Galeria Café sempre foi o destino certo dos rapazes mais comportados, alheios a modismos, que destoam do binômio "ditadura do corpo + drogas sintéticas" que dominou as festas e clubes maiores. É um lugar querido por muitos: além de tolerante à diversidade de estilos e faixas etárias, tem fama de ser bom para arranjar namorado. Eis que um novo bar-com-pistinha abriu para atender esse mesmo nicho de público: o TV Bar, no Cassino Atlântico, em Copa. Instalado onde um dia funcionou a sede da extinta TV Rio, o lugar tem decoração colorida, inspirada na história da televisão. Na pista, o VJ Greg (que cuidava do som do antigo The Copa) exibe DVDs com hinos pop, enquanto o povo dança, canta (horrores!) e assiste às imagens no telão. Uma opção divertida para quem cansou das caras e bocas do circuitão, ou se sente velho demais para ele.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Rapidinhas cariocas
Postado por Thiago Lasco às 2:25 AM
Marcadores: gay, noite, rapidinhas, restaurantes, rio de janeiro
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23 comentários:
Comentário nada a ver com o post: FELIZ ANIVERSÁRIO! :^D
Também gostei muito do Market, conheci em novembro, acabei voltando no carnaval. Os drinks também são ótimos! E o café final vem acompanhado de brigadeiro na colher. Aproveito para dar os parabéns, feliz aniversário!
que milagre, conseguimos concordar num restaurante, o Market!
saí bem satisfeito de lá quando conheci o lugar, mas achei que vc ia chamar de comida de hospital.
falta concordar sobre filme e balada heheh.
eu gosto do Galeria, faz falta um igual em SP, não acho que tenha nada aqui com o mesmo mix de público e ambiente.
Como eu AMO viajar com você, Thi, seja aqui virtualmente ou de tantas outras maneiras. Parabéns, e não só pelo seu aniversário. :***
Anotado, anotado e anotado.
Bjos.
Anotado pra quando eu dar uma passadinha na cidade maGAvilhosa! rs
Abração!
Guia da Folha é o caralho! O que liga é introspective tour guide.
Atóron!!!!
Feliz aniversário atrasadinho-mas-valendo!
a história do Claudinho me lembrou a Regina Duarte vendendo sanduiche na praia.
Parabéns eterno Guia Introspective ...e pelo aniversário!!!
Quando for fazer esses bate-e-volta, toca lá em casa!!! rs
Adoreeeei o post, vc ecreve bem demais. E parabens pelo aniversario!!!
My god! Pra quem tá de regime ( e que adora comer, maior prazer da vida!!) Seu blog está um martírio.
Parabéns e obrigado pelas dicas!
Beijos,
Ricardo
aguieiras2002@yahoo.com.br
http://dividindoatubaina.wordpress.com/
Parabens pelo niver!
Acho que falta vc conhecer o Oui Oui. Vale muito a pena. No inicio as porções eram pequenas, mas acho q reclamaram e melhoraram muito. Super legal, criativos, não dá vontade de parar de comer.
Outro que adoro é o Mok Sake Bar (é caro) mas muuuuuito bom!
Beto, o Market é exatamente o que eu considero o saudável NÃO-hospitalar, pq ele consegue pegar algo magro e básico e jogar uma informaçãozinha extra, uma firulinha. É com ele que os restaurantes que servem comida hospitalar deveriam aprender.
André Machado, sabe que QUASE eu fui ao Oui Oui em vez do Opium? Só preteri por causa da lotação. E o Mok está na minha lista, mas tem outros japas na frente. O número 1 da lista, aliás, é japa: o Nao, no Fashion Mall. Conhece?
Ah sim, e agradeço a todos pelos cumprimentos pelo meu aniversário :)
O Nao é muito bom. Já fui algumas vezes. E bem bonito. Dá uma procurada no www.guiadasemana.com.br
O Nao Hara tem também o Shin Miura no Centro e o Bentô na Anibal. Este ultimo um fast service japa bem legal.
Genteeeeee... isso aqui não é um blog... é um manual... adoooooooooro!!! Aniversário? Não recebi nenhum convite... hehehe!! Hugzzzzz!!!!
Comidinhas, a coisa mais importante que tem pra conhecer quando viaja. Nunca fui em nenhum desses lugares. Me leva?
Há anos estou tentando colocar o link daqui no meu blog. E eu consigo?
Muito bom o teu blog, já estou anotando as dicas!
Não conheço o Market!
Gosto muito desse seu mapeamento.
Acabou o blog?
fiquei com vontade do sucolé, damn it!
rs
mas ok, já tenho viagem programada ao rio..
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