sábado, 20 de novembro de 2010

Na contramão da história

Juro que tentei fugir do baixo-astral como um avestruz, enterrando a cabeça no meu mundinho particular que anda tão animado. Mas não consegui deixar de me deprimir com essa onda de ofensivas e desgraças contra a população LGBT, todas ocorridas nos últimos sete dias. A que menos me atingiu foi a publicação do manifesto contra a Lei da Homofobia no portal do Mackenzie. Quem conhece a trajetória daquela universidade não poderia mesmo se surpreender; se a instituição desfruta de certo prestígio entre as tão mal cotadas escolas privadas do país, nem por isso devemos dar à sua declaração um poder e uma autoridade que ela simplesmente não tem.

Fiquei mais passado com os brutais ataques homofóbicos no Rio (onde três soldados do Exército agrediram e balearam um civil indefeso no Arpoador, e felizmente serão responsabilizados) e em SP (onde, em plena Avenida Paulista, cinco delinquentes de classe média atacaram três rapazes com requintes de barbárie, incluindo golpes de artes marciais e até lâmpadas fluorescentes). Segundo a Folha de hoje, o segurança que defendeu as vítimas relatou à polícia que uma delas foi encurralada, levou socos e chutes na cara e continuou apanhando mesmo após desfalecer. Ou seja, teria sido assassinada se não fosse a intervenção do vigia - que, ao perguntar aos marginais o motivo de tudo aquilo, ouviu: "Porque ele é viado".

Se não há justificativa capaz de endossar um ódio tão sem sentido (nem mesmo a cegueira da religião, como pretendem as nossas tão mal-intencionadas igrejas), episódios como esses parecem estar inseridos dentro de algo maior. Depois de anos de avanço da tolerância e do respeito à diversidade, sobretudo entre as camadas mais esclarecidas, parece que a sociedade resolveu andar na contramão. Estamos vivendo o crescimento de uma terrível onda conservadora, com um recrudescimento do moralismo, da segregação e do preconceito. Como não lembrar do caso da estudante Geisy, que quase foi linchada e currada pelos colegas, e depois expulsa da universidade onde estudava, apenas porque usava um vestido curto? Semana passada, chegamos ao cúmulo de prender um garoto de 18 anos, por ter dado um inocente beijo (!) em outro, de 13 anos - o que certamente não teria acontecido se o beijo tivesse sido recebido por uma menina. No Twitter, mensagens como "mate um viado queimado" se alastram, agrupadas na hashtag #HomofobiaSIM. E o assassinato bárbaro do garoto Alexandre Ivo, de 14 anos, em São Gonçalo (RJ), que foi esquecido em menos de 15 minutos? Tempos bicudos!

Eu gostaria de entender o que está por trás desse rebote reacionário. Talvez a sociedade esteja tão desorientada (o que dizer dos pais dos agressores da Paulista, que passaram a mão na cabeça de seus filhos?) e tão em crise com seus valores, que esse "encaretamento" acabe sendo visto como uma tábua de salvação para preencher os vazios e as inseguranças. Não sei! Alguém arrisca um palpite nos comentários? O que está acontecendo, afinal?

Se há um lado bom em todos esses absurdos, é que existe uma parcela mais lúcida e esclarecida da sociedade que está se indignando e esboçando uma reação. Bem ou mal, o tema homofobia está sendo discutido na mídia e na sociedade com bem mais freqüência do que há, digamos, cinco anos atrás. O simples fato de a motivação homofóbica dos crimes estar sendo explicitada pela imprensa já revela que existe hoje uma preocupação que não se via. É preciso ficar alerta. Afinal, a ignorância e o ódio só se combatem com união, esclarecimento e informação. Até porque nossos algozes também estão articulados: nas ruas, nos templos e agora, mais do que nunca, em Brasília.

Se você mora em São Paulo e quer ajudar a fazer a diferença, apareça amanhã (domingo) no vão livre do MASP, a partir das 15h. O movimento LGBT paulista vai promover uma manifestação de repúdio e reivindicação de providências para o caso dos agressores da Paulista (que foram liberados no mesmo dia, porque a lei assim permite), com caminhada até o local do crime, próximo à estação Brigadeiro do Metrô. Eu também estarei por lá. Mostrar que não toleramos essa atrocidade é o mínimo que podemos fazer. [UPDATE: Considerando que foi divulgada com pouca intensidade e antecedência, a manifestação foi ótima: cerca de 300 pessoas apareceram na Paulista e deram seu recado, de forma muito positiva e tranquila. Inclusive dois dos três rapazes atacados na Paulista deram as caras por lá. Só faltou o segurança-herói aparecer na porta do prédio pra gente homenageá-lo! O único senão foi a apropriação partidária do ato pelo PT e PSTU, que encabeçaram a parada com suas faixas, como se a iniciativa tivesse sido deles. Mas esse tipo de desonestidade já é praxe].

23 comentários:

Isadora disse...

Posso arriscar um palpite? Acho que parte disso tudo é reação ao fato de que nós ganhamos muita visibilidade nos últimos anos e temos conseguido até algumas conquistas antes impensáveis, mesmo que ainda nenhuma lei.
E a ressaca especificamente agora penso que pode ter a ver com a estupidez que foi essa eleição e a polarização em torno dos LGBT e do aborto versus religiosos.
Adiciona uma pitada de crescimento dos neopentecostais no Brasil e pronto. Tá armado!
Pode ter outras razões, mas identifico essas. Só sei que não podemos nos intimidar!
Nos vemos amanhã!
Beijos!

Jhonne disse...

Esse povo (principalmente os neopetencostais) vive de projetar seus recalques no outro e acaba dando nisso. Meu consolo é que cedo ou tarde, por bem ou por mal, isso vai acabar.

Você como sempre escrevendo muito bem heim.

Aquele abraço!

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

o que está por trás disto é a passividade e a covardia dos gays q não se assumem como cidadãos, e na omissão e subserviência do poder público ao poder do capital q move os ditos detentores dos valores morais. Claro q tudo isto encontra eco na ignorância cada vez maior de nosso povo ...

mas enfim ... a luta continua e eu acredito no ser humano ... ainda

bjux


;-)

Ricardo Aguieiras disse...

Oi, Introspective... Parabéns pelo seu blog e post, importante e solidário! Gostaria de também me expressar e opinar, ok? Sei que você não gosta de mim, deve ter razões que respeito, e se não quiser, é só deletar, por favor, tá?
Vamos lá:
Concordo com tudo o que a Isa fala: as eleições contribuíram muito para a homofobia, principalmente quando pessoas do porte do candidato e da candidata, na época, terem feito declarações tão desastrosas e estimuladoras do ódio. Pior foi o vice do Serra, o tal Índio dá as Costas, que falou que "gays são como cachorros no cio, querem a PL122 para poderem trepar em paz em restaurantes e depois o dono do estabelecimento não poderá reclamr..." Claro que ele tentou desmentir, mas ficou ainda pior...
dois)O Movimento LGBT está, hoje, esfacelado, totalmente sem autonomia e sufocado, sim , pelo partidarismo. Isso a Isa não concorda, mas é o que eu sinto e faz duas décadas que o grande João Silvério Trevisan, por exemplo, vem denunciando isso, só que ele NUNCA foi ouvido, nunca... uma pena, por que ele já nos alertava de tudo isso quando o Edson Néris foi assassinado, há dez anos, em 06 de fevereiro de 2000, que, aliás, nem foi lembrado, apesar dos meus esforços na construção do Monumento. ou será que ninguém pensou que, um dia, pagaríamos um preço alto pela falta de autonomia??
Vide esse esfacelamento, outro exemplo, na forma como a Associação da Parada trata empresários gays, chamando até a PM... se temos esse eficiente e forte "fogo amigo", quem precisa de homofobia vinda de preconceituosos para ser morto? A partir do momento em que um movimento te cala, ele contribui e muito para a sua morte social. O efeito é o mesmo da mais grave homofobia. Por exemplo, me deram um trio para os "Gays Idosos são também (muito) gostosos, na parada deste ano. Logo depois jogaram na cara e vieram cobranças, afirmavam que "tinham me apoiado' e eu que pensava, ingenuamente, que a questão do envelhecimento também era um valor importante para a Associação. (cont)

Ricardo Aguieiras disse...

...As histórias de boicotes dentro do MLGBT são velhas e constantes... Sobre essa questão do envelhecimento lGBT, eu encontrei muito mais respaldo entre a mídia geral, os grandes jornais me deram páginas inteiras em entrevistas e o Fantástico de 2009 me deu 7 minutos. A mídia gay e LGBT se calou, nunca me chamaram para um único papo...risos... significativo ou não?
Três) O mundo encaretou. Muito. O conservadorismo está conseguindo implodir conquistas de pessoas que deram suas vidas em nome da Liberdade Humana. Os/as próprios/as lGBT's, na ânsia da assimilação e de serem aceitos, acabaram comprando o que essa sociedade heterossexista e heteronormativa tem de pior. Alguém consegue negar o fortíssimo preconceito que há, dentro do "meio gay" e até dentro do movimento, contra afeminados e travestis? só se for cego! então, se numa rua ou espaço público um gay der uma desmunhecada mais visível, ele correrá o risco de ser morto. Machismo, patriarcalismo e misoginia, de mãos fortemente dadas. Tô errado?
Fala-se muito do por que não há mais militantes novos, jovens e lGBT's conscientes querendo lutar... mas, eu pergunto: esse movimento é acolhedor? É empático? Trata bem os que chegam ou logo tenta levar à força para o partido? Há alguma solidariedade entre nós??? Se há, por que então o Prof. Alê, vítima de gravíssima homofobia há alguns três anos, foi, depois de ter demonstrado sua coragem em denunciar tudo e ir à luta, mandado embora da universidade em que dava aulas e hoje nem se sabe o paradeiro dele ou se ele precisa de algo. Um dos dois meninos namorados que foram vilipendiados pela homofobia no Shopping Frei Caneca, há anos também, se matou , pulando da janela... alguém foi saber o por que?
Enfim, se eu gostar de alguém LGBT, hoje, não sei se indicaria e estimularia a participação deste no mar de ódio que é o MLGBT. Mas há, ainda bem, outras formas de lutar e protestar fora dele e fora de partidos, tão políticos e eficientes quanto.
Precisamos recuperar Stonewall, lembrar Stonewall. Lembrar que luta de minorias se faz nas ruas, no Espaço Público, não esperando a boa vontade de poderosos, de governantes e de presidentes sorridentes, que sorriem com a bandeira, mas nada mais fazem. Vocês, unidos e sozinhos fizeram algo que eu considero muito mais importante e inovador, criativo, que foi o maravilhoso "30 Ideias"! não dependeram nem de ong's nem de partidos, para tal. São essas ações que, no meu modo de ver, têm que ser constantes e valorizadas. vocês nem fazem ideia do bem que fizeram. Mas, lembrem-se: geraram uma baita inveja em muita gente do movimento, que tentou desqualificar algo tão bom, tão soberbo...
Por último, ser discriminado por um homofóbico machista até dá para entender, apesar de não aceitar. Mas, pense, ser discriminado de forma violenta, cruel, constante por outros gays só por que não uso a roupicha de grife, não frequento os lugares da moda, estou envelhecendo e engordando, não dá para entender, não. É é tão dolorido quanto qualquer assassinato homofóbico.
Essas são as minhas razões, minha forma de entender e de sentir o por que do recrudescimento da homofobia.
Obrigado,
Ricardo
aguieiras2002@yahoo.com.br
http://dividindoatubaina.wordpress.com/

Thiago Lasco disse...

Ricardo, meu caro, de onde você tirou que eu não gosto de você? Por acaso demonstrei isso com minhas atitudes nas vezes em que nos encontramos? Ou foi alguém que inventou essa baboseira? Não só gosto como admiro pacas sua lucidez e sua coragem! Confesso que não entendi nada… Bjs!

Ma disse...

Complicado, mas acho que a Isadora pegou os pontos centrais.

Acho que ganhamos espaço na mídia, ganhamos direitos (ao menos de nos manifestar na mídia) e naturalmente se cria uma resistência a isso. Acho que isso significa que demos um passo além da linha de poder retornar, de que, agora que conquistamos um pouco, devemos tentar conquistar mais e mais espaço. É uma guerra praticamente declarada, provocamos o inimigo e agora ele quer reagir.

Pensando um pouco com essa metáfora de guerra, acho que o Ricardo mostrou como andam nossos exércitos: separados em guetos e cada um reinvindicando os direitos que acham "melhor" para o grupo, mas esse "melhor" é diferente pra cada um

Enfim, vou acompanhar a discussão aqui

Parabéns pelo excelente post

Hugo de Oliveira disse...

Eu também fico muito triste por tudo que está ocorrendo em nosso país.


abraços
de luz e paz

Billycious Böy disse...

Não existe mudança sem que forças opostas se contrapoam.

Sigo muitos blogs e esse post foi o melhor que vi até então sobre o assunto. Parabéns.

Fábio Carvalho disse...

Eu vinha fazer um comentário, mas basicamente a Isadora já disse, e bem, o que eu pensava, como esta eleição abriu a porta para o ódio, para o confronto violento entre as pessoas e pontos de vista.
Só acrescentaria que o pior foi o fato do presidente do país praticamente autorizar o ódio e a violência, ao ser omisso, e não dirigir uma mensagem à nação chamando ao entendimento, ao debate pacífico, debate de ideias, e não de agressões vazias. Pelo contrário! ele diminuiu e ridicularizou os atos violentos cometidos durante a campanha pelo partido dele e outros. Isso foi inaceitável! GEROU UM EXEMPLO NOCIVO, ficou aprovado o uso da violência no lugar da palavra e do argumento fundamentado.
eu tb sempre achei q em algum ponto, a visibilidade que se ganhou iria sofrer um contra ataque. mas não se pode intimidar por causa disso.

definitivamente, a idade média retornou. vamos lutar para chegarmos logo ao renascimento!

Fábio Carvalho disse...

Mais ou menos o que a Isadora falou, e eu tb acho:

Clima eleitoral pesou para recentes casos de homofobia, dizem líderes do movimento gay

UOL NOtícias

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2010/11/21/clima-eleitoral-pesou-para-recentes-casos-de-homofobia-dizem-lideres-do-movimento-gay.jhtm

Anônimo disse...

A resposta do Ricardo foi perfeita. Meus parabéns por tamanha sabedoria. Realmente, para os gays jovens que estão pipocando por aí Brasil afora, é muito difícil se sentir acolhido pelo movimento gay. Eu mesmo, com meus dieciocho anitos, direto e reto tento me "consertar" ou "abafar" a homossexualidade que existe em mim e nos outros, e eu odeio isso e não entendo porque ajo assim mesmo já tendo "saído" do armário.
Se alguém um dia me perguntasse se eu sou gay, no meu mundo idealizado, eu responderia sem medo nenhum que sim. Mas sabemos que as coisas no mundo real sempre acontecem de outro modo.

CT disse...

Tenha convicção de que a maneira como você se posiciona e bem escreve traz, sem sombra de dúvida, esperança aos que concordam que tais manifestações são absolutamente inaceitáveis e intensa reflexão aos que acompanham, com tristeza, demonstrações da mais preconceituosa e repugnante sociedade brasileira.

Titia disse...

A culpa e' também de no's gays que aderimos aos padrão da maldita caretice: aquele ser "normal" que traz a violencia pela qual hoje todos choramos. às vezes ouve-se dizer: "ser gay nao é ser afeminado","nem todos os gays sao assim" "a TV retrata-nos como bichas" bla bla bla. Tudo bom, nao surpendemos-nos se depois tem que apanha na rua por pit-boys criados naquele meio de intolerância ao qual NOS mesmos temos contibuido ..."nem todos sao assim". Defendemos então sem vergonha o direito deles, os menosprezados efeminados, serem bichonas ou "nos", os gays "normais", nao podemos exigir um tratamento diferente.

K. disse...

Para mim, o caso do Mackenzie é gravíssimo: ele reflete algo que não deveria mais existir, que é a religião associada a pilares fortes da sociedade, como a educação. No texo do chanceler encotram-se parte das sementes dos outros tópicos que você abordou.

Rogério Leal disse...

Não senti falta da multidão da Parada. Senti um orgulho danado de ser quem eu sou e de estar ali, entre iguais e diferentes, exercendo minha cidadania.Como bom psiciano que sou, fiquei muito emocionado. Parabéns pelo post( apesar da inveja branca por vc escrever tão bem...)!Ah! E fiquei muito feliz por te conhecer e por ter sido tão simpático comigo. Sempre fico meio bobo quando encontro um ídolo...Um abraço!

Ricardo Aguieiras disse...

Tiago, amado!
Sei que você não gosta de mim, mas... risos...brincadeira, hem... aqui fica uma "sugestão de pauta" pra você, que eu adoro, super escreve bem e é lindo demais:
- Por que a Dilma não falou nada, nadica, dos ataques homofóbicos recentes?
Acho que essa pergunta merece uma boa análise..
Beijo,
Ricardo
aguieiras2002@yahoo.com.br

Lobo disse...

Bom, essa intolerância toda sempre esteve por ai. Mas eu li algo sobre isso lá no Muque de Peão esses dias que concordo: o que está mudando é a visibilidade da coisa toda.

Agora, porque? Comportamento sempre foi uma das áreas de estudo das mais enigmáticas. Porque nada pode ser afirmado com certeza, até que tenhamos telepatas que nos deem a resposta concreta. Existem padrões observados, e são traçadas linhas comportamentais com base em várias variáveis, mas o porque mesmo disso, teremos que esperar os telepatas para saber.

Um beijo!

Wans disse...

É engraçado como todos esses acontecimentos aconteceram em tão curto espaço de tempo, não? Que assim eles vejam o que nós gays sofremos.

bj

S.A.M disse...

Por mais que a trajetória do Mackenzie seja declinante, aquele texto medíocre de fato soou me um abusrdo.

Todo esse reacionarismo que vemos é fruto também de uma sociedade que foi acostumada a não refletir e não pensar, aliada a uma educação de baixa qualidade que exclui.

O ponto positivo é que há uma preocupação pública como a imprensa levou, mas até onde essa força da imprensa pode contra um atraso centenário cultural, agravado pelo individualismo e pela volta do reacionário que ocupa as mentes fechadas de uma sociedade que não pensa?

Don Diego De La Vega disse...

Vc leu a coluna do João Ximenes Braga no caderno ELA do Globo de sábado? Vc TEM q ler!

Vou ver se coloco lá no blog....

Ricardo Aguieiras disse...

Você anda sumido ou é impressão minha?
volta!!!
Ricardo
aguieiras2002@yahoo.com.br

Gustavo Miranda disse...

Sinto falta dos seus posts, beijos!